Estamos todos no mesmo barco...

"Estamos todos aqui, neste planeta, por assim dizer, como turistas. Nenhum de nós pode morar aqui para sempre. O maior tempo que podemos ficar são aproximadamente cem anos. Sendo assim, enquanto estamos aqui deveríamos procurar ter um bom coração e fazer de nossas vidas algo de positivo e útil. Quer vivamos poucos anos ou um século inteiro, seria lamentável e triste passar este tempo agravando os problemas que afligem os seres humanos, os animais e o ambiente".

Somente o amor humaniza...

"Podemos ser independentes, inteligentes, modernos, sofisticados... Mas sem amor seremos ocos e sem graça".

03 setembro 2009

Tráfico de Animais Silvestres

Nua e cruamente, o tráfico de animais se define pela retirada de espécimes da natureza para que possam ser vendidos no mercado interno brasileiro ou para o exterior.
Apesar de existirem animais que realizam trabalho para o homem (o cão guia do cego, o carro-de-boi, o cão-pastor etc), o tráfico de animais não tem por objetivo a captura de animais para o trabalho e sim para deleite próprio, considerados "coisa querida", do tupi antigo "xerimbabo". Porém, a manutenção de animais silvestres em apartamentos e casas causa tanta privação aos animais que se, realmente fossem coisa querida, não deveríamos privá-los da liberdade. Hoje criamos gatos, cães e outros animais que não mais possuem seu lugar no ambiente natural; entretanto, não é esta a situação de micos-estrela, de papagaios, araras, entre vários outros. Estes animais ainda podem ser livres, ainda possuem um habitat e condições de viverem em liberdade.

Infelizmente a idéia de soberania sobre estes animais e, portanto, de sua utilização sem critérios éticos, remonta à descoberta do Brasil quando araras, papagaios e outros animais foram enviados à Portugal. A grande quantidade de psitacídeos (araras, papagaios, periquitos e maritacas) existentes no Brasil à época de seu descobrimento fez com que estas paragens fosse, durante muito tempo, denominada "Terra dos Papagaios". Um pouco mais de 500 anos depois não podemos mais observar tantos destes animais a colorir as matas e céus de nosso país porém, vários "enfeitam" gaiolas em residências no Brasil e em diversos outros países.

Assim, para manter a cobiça de novos animais de estimação e, também, para sustentar a moda, diversos animais foram continuamente "exportados" para a América do Norte e, principalmente, para a Europa. Por exemplo, entre 1901 e 1905 o Brasil exportou, principalmente para a Inglaterra, mais de 600 quilos de penas de garça, arara, papagaio, tucano, beija-flor, entre outros. Tal comércio, custou a vida de muitos animais.

Hoje o comércio continua, de forma clandestina, mas continua. E, para que se sustente o tráfico internacional, existe uma bem estruturada rede de tráfico interno. Este tráfico se inicia com o ribeirinho ou qualquer outro indivíduo que resida junto ao ambiente natural capturando e aprisionando os animais para depois vendê-los diretamente aos turistas ou aos primeiros atravessadores que os transportam para os grandes centros de compra. Entre os principais meios de transporte destes animais pode-se citar os barcos na região norte e os caminhões e ônibus nas outras regiões do País.

Aqueles animais que não são diretamente "exportados", por meio das fronteiras e aeroportos, normalmente são encaminhados para o eixo Rio-São Paulo onde são vendidos em feiras-livres. Atualmente os traficantes não levam todo o seu "estoque" para a feira mantendo os animais mais valiosos em armazéns e residências próximas.

A compra de um animal silvestre resulta em duas certezas:
1. O animal preferiaria estar livre;
2. O comprador está contribuindo para que outros animais sejam capturados, torturados no transporte - mortos pelo tráfico.

O tráfico dos animais não é de responsabilidade somente dos traficantes, quem compra também tem suas mãos sujas com sofrimento e morte destes animais.

Quem ama não compra animais procedentes do tráfico.

Um comentário:

  1. Oi, tudo bem? Espero que esteja.
    Cássia, sou policial, meu nome é Lico Teixeira e trabalhei na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF (DELEMAPH), aquela que fez uma operação gigantesca para prender 102 traficantes de animais silvestres em 2009.
    Então, estou lançando um jornal (ambiental) e gostar de publicar o seu texto acima e gostaria da sua autorização se possível fosse.
    Em caso de sim, gostaria de trocar e-mail contigo para que você pudesse estar abrilhantando nosso periódico.
    Em caso de não, entendemos e agradecemos pelo brilhante texto.
    De qualquer forma, em sendo positiva, colocaremos os créditos em seu favor.
    Obrigado pela atenção.

    ResponderExcluir

"Depois que cumprimos as missões impostas no berço — ter uma profissão, casar e procriar — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossos defeitos. Somos os titulares de nossas decisões... Que bom que a minha vida hoje, está bem mais em conta!!
Sejam benvindos e deixem aqui um tanto do seu pensar.
Um abraço!!